quinta-feira, 23 de junho de 2011

Há risco.

Tudo aqui é um risco
e eu?
sempre arrisco,
apesar de conhecer seu jeito arisco.

Tudo aqui é tempo.
Nada, é tudo
O risco
E o vento.

Em tempo,
A-rrisco.


Camila

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Não ao acaso.

Há algum tempo eu dizia 'que estava em paz quando você chegou' e no fundo, bem lá no fundo, sentia prazer em anunciar aos quatro cantos o turbilhão no qual minha vida e, inclusive sentimentos, tinha se transformado.
Turbilhão que teve muitas consequências, maravilhosas e péssimas, intensas e surpreendentes e que passou. Depois de muita poeira levantada, de muito erro cometido, de muita verdade omitida e de muito prazer em ser e viver no alvoroço, passou...
'Me trouxe paz quando chegou' é o que eu tenho dito, o que eu tenho pensando e o que tenho, especialmente, sentido.
E é ótimo sentir prazer por ter o coração tranquilo e por não viver mais de altos e baixos, por viver com os pés firmes, no chão ou nas nuvens.
Viver em tal estado de tranquilidade tocou em alguma coisa que eu tinha esquecido e que provavelmente nem sei o que é, mas sei que é em mim. E eu não consigo parar de pensar no quanto as coisas que nos acontecem são nossas e o quanto é bom passar por elas. Perdão pelo clichê, mas nada é por acaso, realmente, e o propósito de cada coisa é muito mais bonito e forte do que podemos imaginar e, além disso, forte é Quem nos cuida dessa maneira, mostrando a cada dia, das formas mais inesperadas, que alguns caminhos podem valer mais a pena que outros e que, ao mesmo tempo em que há alguns que nos enfraquecem, mesmo parecendo melhores, há outros que fortalecem o suficiente para não deixar cair por qualquer vento.
E o que está acontecendo é muito simples, é acreditar muito além do que se vê e é esperar só coisas boas como resultados de tudo que não é por acaso.

Camila.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Esse seu sorriso aberto.

Igual ao meu.

Nossa. Eu adoro romper barreiras, eu adoro ultrapassar. E tô rompendo com uma enorme, com um muro que me fazia não enxergar e não passar por outros caminhos. Quebrei a cara, quebrei o coração, quebrei o que me quebrou e tô andando por outros lugares, tô percebendo o tanto que a vida é especial, o tanto que eu fui boa demais pra quem não merece e o tanto de coisas boas que eu evitei por prolongar a esperança.
A esperança morreu, enterrei e fiz com que outras nascessem mais fortes, bonitas e verdadeiras. Esperar é muito sério, muito importante, não pode ser por qualquer coisa e agora eu sei disso.
Meu olho tem um brilho novo, meu sorriso vive aberto, meu coraçao batendo forte, minha vida mais alegre, meus dias mais divertidos, minha animação muito maior, minha espera tá tão boa. Não sei que nome dar à tudo isso, de qualquer forma, não precisa. Dispenso rótulos. Mas pequenas coisas têm me feito muito feliz, um sorriso aberto pode demonstrar muitas coisas boas. E é assim que eu tô me sentindo: renovada, feliz e encantada.

Camila

terça-feira, 3 de maio de 2011

É sempre amor, mesmo que mude.

O frio chegou aqui também. Pra mim, em mim.
Algumas coisas me aquecem, outras congelam, me transformam em pedra. Mas nada me faz pegar fogo como aquele que vivia aceso. Só que talvez seja uma questão de tempo, talvez eu precise entender que nada vai ser igual, que eu vou ter que me encaixar em outro lugar e me esquentar por outros meios. Só que ainda há calor, eu sei que sim.
Sentir frio não me incomoda, o problema é a desproteção e a tristeza em perceber que nada é o que parece e que algumas pessoas, por mais que eu acredite, não são o que parecem. Coisas ruins existem e eu, infelizmente, preciso vivência-las pra acreditar.
Apesar de. Eu tô seguindo, tô sentindo coisas novas e tô me acostumando a transformar as velhas em sentimentos cada vez melhores.
Amor nunca acaba. Amor nunca acaba. AMOR nunca acaba.
Só que sempre pode começar mais uma vez.

Camila.

terça-feira, 12 de abril de 2011

'Meias verdades, sempre à meia luz'

O tempo é precioso e eu me toquei, antes tarde do que nunca, que preciso gastar o meu com coisas boas, com felicidade e comigo, sobretudo comigo. Que tinha ficado tão esquecida por um tempo e tão escondida atrás de sentimentos e pessoas, de meias verdades e dessa meia luz, que nunca me iluminou completamente, mas que sempre teve um dom incrível pra escurecer sem dó.
De tão difíceis e tristes, certas coisas se tornam absolutamente insustentáveis, mesmo pra quem é teimoso, como eu, e acredita que uma hora ou outra o amargo vira doce.
Milagres não acontecem e o inverso é ainda pior: o seu doce pode amargar e aí, meu bem, já era, né? Quem quer piorar? Eu não quero!
Já que é assim, então, o segredo é entender, e entender mesmo, por mais que machuque, entender e tirar de dentro a força que nem mesmo sonha que tem pra fingir que não sente mais, pra não olhar, pra não querer e pra fingir pra todo mundo. Até pra você, até pra mim. De tanta força e de tanto fingir, um dia o jogo muda. E eu posso me sentir iluminada novamente, não com aquela luz fraca, mas com um sol inteiro e vazio de meias verdades.
O que eu quis por muito tempo foi atenção, foi presença, foi seu tempo, tudo que não era meu e nem eu.
E agora eu quero ser minha, sem aqueles olhares, sem aquelas saudades, sem aquilo que eu não tinha. Quero ser minha, me dar atenção, me curtir e perceber cada detalhe meu. Exatamente como eu fazia enquanto você dormia, enquanto ao fazer tudo isso, sem querer, eu me esquecia.
E eu tô gostando de me ter, de ser minha. Tô do gostando da meia luz, enquanto ela chega sozinha.

Camila

quinta-feira, 17 de março de 2011

Todo carnaval tem seu fim...

E a vida fica assim: como toda quarta-feira de cinzas.
O céu fica cinza, o chão nem existe, as portas se fecham, as janelas, violentas, batem, do futuro não se espera, o presente machuca e o passado acolhe, me escolhe e chama.
Ausência que dói, que sufoca, que para o mundo, o tempo, que escurece todo aquele colorido. Deixa uma nuvem, bem aqui, no coração.
Meu carnaval acabou sem querer, por obrigação, sabe? Por falta de samba, justo quando eu tinha uma orquestra toda em mim, justo quando eu só queria viver e morrer ouvindo essa música.
Talvez uma melodia gostosa comece a tocar, quem sabe...Não igual, nunca igual. Essa letra era a forma perfeita pra mim, pra mim e só pra mim. Perfeita e cheia de erros e castigos e pecados e dor e prazer, dor com prazer.
Agora que acabou, tô preparando meu ouvido pra gostar do que não quer e pra esquecer o quanto aquele som é que era o bom. O quanto aquele era o som ruim.
Por enquanto, antes de acreditar de novo, de querer de novo, de viver de novo, vou tirar as máscaras, jogar todas no lixo, vou lavar o rosto, trocar as roupas de festa, vou colocar as minhas de novo e lembrar, tentar lembrar, procurar por mim, perdida aqui, no que ainda sobra de você. Vou me desfazer das fantasias que já não servem mais, por conhecer de outros carnavais, não participo dos próximos.
O buraco vai fechar e eu vou entender que esse carnaval começou no dia errado, fadado a acabar, a música tocou ao contrário, a quarta-feira chegou mais cedo, chegou mais tarde. Escureceu tudo ao redor, anunciou, assustou, libertou e foi embora, como muita coisa tem ido.

Camila

terça-feira, 8 de março de 2011

O preço que se paga às vezes é alto demais

Nada e um monte de coisas. Perdida, perdendo e perdendo tempo. Entregue. Na solidão, na multidão, algo que não se explica, que não se encaixa.
Pensamentos soltos e presos, velhas ideias arraigadas em velhas certezas, e tolas, que fazem com que um pé fique no passado e um aqui, quase no presente.
(In)certeza de que só se ama uma vez e que o preço que se paga é alto demais.
Uma doçura explosiva e cansada, de mim, de tudo, das velhas e infiéis histórias, dos velhos e infiéis desejos, das manias, recentes, presentes, insistentes.
Nada que valha tanto a pena, mas muito do que merece o melhor e não tem encontrado. Porque não deixa, porque adia, espera, ilude e aborta, um filho atrás do outro.
Disposição pra pagar todos os pecados, menos o de acreditar que só se vive uma vez. Por mais cabeça dura que seja, eu sei que há vida sempre e mais, muitas e muitas vezes e que ela começa em mim. Lá no fundo e onde somente eu enxergo. E é em mim que está o açúcar pro meu café e todos os pares pra minha dança.


Camila

domingo, 6 de março de 2011

A dor e a delícia

Tenho vivido como se meu corpo fosse todo feito de estômago e eu tivesse morrendo de fome todo tempo. Um vazio profundo por todas as partes e em inúmeros momentos, na solidão ou na multidão.
E aí? E aí sou eu que pergunto. Como será que faz pra sair disso? O que será que falta, quando parece que já tem tudo. Porque pensar na minha vida, nos meus supostos problemas, na minha merda de vontade que nunca é satisfeita, me deixa tão triste, triste, triste e triste. E eu já to cansada de disfarçar essa fome e ninguém mais acredita que eu não sinta. Tá tão nítido, qualquer um percebe, até eu mesma percebi.
Tem mil pessoas falando por mim, pra mim, de mim, de você e me deixando maluca. Maluca, sabia? Porque o problema não é mais acreditar, saber, querer, odiar ou amar. O problema é bem mais embaixo, queridos, o problema é que mesmo que eu saiba o que eu preciso, e olha que eu não sei, eu não tô sabendo fazer. Eu não sei, ué. Será que era pra eu ter vergonha disso?
Mas eu já tenho tanta coisa, não tem espaço pra ficar sentindo vergonha como uma virgem de quinze anos. Eu nem tenho mais quinze anos, tô quase chegando aos vinte e dois e aqui: perdida nessa vida e nesse mundo e nesses sentimentos e em mim, principalmente em mim.
Tenho infinitos e infinitos momentos cheios da mais perfeita consciência e de prazer, de libertação, de alegria, de paixão, de certeza, de desprendimento e de paz, muita paz. Entretanto, há outros infinitos momentos de perturbação, inquietação, medo, angústia, ansiedade, nos quais eu me sinto uma, praticamente, fugitiva. De mim, das minhas atitudes, do que eu ouço, vejo e de tudo que eu preciso fazer. Fujo, literalmente até, pensando que assim posso me manter segura. Só que eu estou em mim, né?! E daqui eu não saio, moro sozinha e acompanhada, por todos esses infinitos, infinitos e infinitos sentimentos.
É lógico que eu sei que é um desperdício, que eu devia agradecer mais e dar um jeito na vida, ficar mais feliz do que triste e tudo mais, você já falou e eu mesma sei, o problema aqui não é lucidez. Lúcida eu, ainda, tô, saber eu sei, e também acho insustentável.
Ainda não é hoje que a minha fome vai passar, eu tô comendo a coisa errada e não tô encontrando a certa pra vender.
Só que quem sabe uma hora dessas, sem muito procurar, sem muita esperança, eu me deixe preencher, não é?
Já fiz isso algumas vezes e, espero e acredito, ainda lembro o sabor.

Camila

terça-feira, 1 de março de 2011

Em mim.

Eu achei que fosse passar completamente ou, pelo menos, diminuir. Pensei que o lugar é que estava me deixando assim e me obriguei a acreditar nisso, contando cada dia pra mudar de espaço.
Esqueci, apenas, que meu coração não mudou de corpo, que minha cabeça me acompanhou e que o problema sou eu. Aqui ou em qualquer lugar do mundo.
O mesmo profundo vazio, os mesmos olhos chorando, as mesmas mãos, aparentemente, atadas e eu, sempre a mesma, sempre sem, aqui ou não.
Nem sempre é o que parece e eu tenho conseguido disfarçar, mas é que tudo tá ficando tão óbvio.

Camila

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Armas químicas e poemas

Minha vida parece a de outra pessoa e eu não sei se consigo ser a mesma.
Parece que eu dei uma pausa infinita e que não sei mais fazer tudo correr, eu ouço coisas que me paralisam, vejo coisas que não acredito e penso em milhares de outras, tudo ao mesmo tempo.
Minha vida parou, meus atos, meus dias, tudo parou. Mas minha cabeça, minha querida amiga de todas as horas, não para, não para um minuto e me enlouquece.
Lágrimas e sorrisos, ódio e amor,presença e ausência, medo e certeza, bem e mal, verdade e mentira, saudade e alívio, muita tristeza e alegria, armas químicas e poemas.
Assim como minha cabeça não para, meu coração não para de se dividir, em milhares e milhares de pedacinhos e cair por aí, perdido e sem saber o que sentir.
Cedo ou tarde algumas coisas têm de acontecer. Minha cabeça vai parar, minha vida vai andar e meu coração vai sentir de novo, o que deve e o que não deve, mas vai sentir.
Vou conseguir avaliar cada detalhe de tudo que anda acontecendo e seguir em frente, da melhor maneira que eu puder. É nisso que eu devo acreditar e é isso que importa.

Camila

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Solidão, que nada!

Domingo. Primeiro dia da semana, primeiro dia de vida nova. E que vida boa, venho agora a saber.
Aquele lugar pequeno, frio e vazio me fazia ter medo do que viria e de quem viria. E quem veio, de repente, naquele mesmo dia? Alguém que de algum modo eu já conhecia e que, desde o primeiro dia, é o que se chama de melhor amiga.
Um rápido telefonema, uma quase intimidade, um até amanhã e uma noite, por mim, não dormida.
Depois, um ‘oi, tudo bem?’, um abraço, dois abraços, três abraços e aí está a melhor amiga que esperava tanto encontrar.
O encontro foi pleno, com cara de reencontro, o lugar pequeno e vazio se tornou grande e cheio, cheio, cheio de amor, de cumplicidade e de alegria.
Minha melhor amiga, ou irmã, ou companheira, ou melhor: minha tudo isso e mais um pouco, tornou cada dia melhor do que eu imaginava que poderia ser, tornou a realização de cada sonho um pouco melhor, tornou os problemas pequenos e as alegrias enormes.
Os dias seguintes àquele foram dias de conhecer, de aprender, de entender e de, rapidamente, saber cada detalhe no olhar, nos gestos e no silêncio.
Foram e são dias de chorar e rir e chorar de rir, de dividir as maiores besteiras do mundo e as coisas mais sérias, dias de dividir, dividir e multiplicar tudo, fazendo com que cada um que, de longe, olha perceba ali algo verdadeiro.
Quem chegou naquele dia, chegou pra ficar. Trouxe família, amigos e sonhos, trouxe tudo pra passar a vida inteira aqui. Veio e ficou por ser capaz de ouvir sem julgar, de entender sem concordar, de alegrar, de confiar e respeitar e, sobretudo, veio e ficou por não a ter conhecido e sim, reconhecido. Por ser, entre tantas outras, a capaz de ser diferente e ser especial, desde sempre e sempre mais.
Solidão? Que nada!
Muitos telefonemas, muita intimidade, saudade, amizade, segredos, conselhos, verdades e muitos outros abraços.
- Até amanhã às 20 pras 8, tá?


Camila

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dois em um

Talvez, e só talvez, porque eu quase nada sei, mas muito desconfio, como já diria alguém por aí, talvez mais que amor, que respeito, carinho, que cuidado, sensibilidade, que a companhia, que o ombro, os ouvidos, o corpo todo, a presença, talvez mais que qualquer coisa, a confiança seja a base e o que há de mais necessário em um relacionamento, qualquer que ele seja.
Confiar e se entregar de olhos fechados a alguém é o que há de mais puro, de mais verdadeiro nas pessoas, é simplesmente ter certeza das intenções e, principalmente, das atitudes alheias e sentir-se absolutamente seguro em qualquer circunstância.
É muito mais fácil que o amor, o respeito, os carinhos, cuidados e sensibilidade sejam demonstrados plenamente em relações cujo sentimento preponderante seja a confiança. A companhia, o ombro, os ouvidos e a presença tornam-se infinitamente melhores vindos de alguém em quem se confia e que, ao mesmo tempo, retribui com confiança, fazendo com que tudo aconteça de um jeito melhor.
Que os meus relacionamentos, de qualquer espécie, sejam baseados nela. Que é tão necessária, tão graticante, nos faz tão leves e normais. E que, se não todo mundo, a maioria das pessoas cultive relacionamentos assim. É tão bom se entregar completamente pra outras pessoas, mas tem que ser de verdade e por inteiro. Pra nada ficar incompleto.


Camila

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

28

Agora falta pouco pra voltar pra Araraquara e eu tô muito ansiosa pra que esse dia chegue logo.
Já descansei até demais, já coloquei a leitura em dia, já matei a saudade dos meus raros amigos daqui e da minha família, já joguei GTA com o Julio e chupamos muitos picolés juntos, já fui pra Minas comer pão de queijo, quer dizer, ver minha família =D. Fui pra Pira matar minha saudade da Vi e passei dias maravilhosos em sua companhia, de quebra matei saudades da Má e da Ju e dei umas boas risadas com essas lindas. Já chorei, já briguei, já desisti e quero voltar logo pra minha vida lá, tô cansada de descansar (e que o Mocinho não me ouça!).
É maravilhoso pensar em tudo que me aguarda e, principalmente, todos que me aguardam. Vi e eu combinamos que esses dois (3) últimos anos merecem ser muito bem aproveitados, assim como os anteriores, e que vamos fazer isso com a maior vontade do mundo. Além disso, estamos animadíssimas e confiantes de que importantes e felizes mudanças acontecerão.
Tô com saudade da minha casa de lá, das minhas coisas, da minha rotina e das pessoas. E vou contar os dias pra volta. Eles andam passando meio devagar, é vero, mas isso é culpa minha, que fico esperando com que as coisas melhorem quando, na verdade, ou já estão boas o suficiente ou já acabaram.
Mas, enfim, vou contar os dias e esperar pra ver o que será. Só que de algumas coisas eu já sei, tá mais do que na hora de saber, de fazer e acontecer. Até mais, né!?

Camila

Triste é não chorar

Obrigada por não chorar. Obrigada por tudo. Obrigada por não chorar comigo, nem com você. Obrigada por não saber, por não dizer, não fazer.
Obrigada por não...


Camila

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

No escuro

Só. Só escuro. Só no escuro.
Obviamente tem um botão, sempre tem um, pra eu apertar e acender, ascender. Mas o que parece é que eu perdi o rumo, do botão, de muitas coisas.
Muita gente pra ouvir e nada pra falar. Muita, muitas coisas pra falar, muitos gritos, desabafo, ninguém pra ouvir. Só.
Se hoje me pedissem pra resumir minha vida, o mundo, as pessoas, eu diria que é tudo uma porra, tudo uma merda, tudo um pé no saco. Eu sou um pé no saco, no meu saco. No seu saco. Diria que é tudo hipocrisia, mentira, diria que eu entendo disso só porque eu tô pensando na merda de um conto de um autor que eu adoro. Porque eu sou a merda e o plágio e não o conto, o conto é bom pra cacete.
Diria que a vida é uma censura, por mais livre que eu, que você, criatura, pense que sou. Porque não se pode dizer completamente o que se pensa, porque verdade sempre gera problemas e problemas, daí você cansa e engole a seco o que queria gritar, engole, engole, engole a força, só pra amenizar a situação. E não é hipocrisia? A gente passa a vida engolindo, pra matar a sede, a fome, pra sentir prazer, pra evitar confusão. Confusão? confusão é não poder ser de verdade, não poder falar, falar, falar e enlouquecer, não poder simular um orgasmo na praça, no clube. Ah, é. Não se pode falar de orgasmo também, de sexo, drogas, ninguém pode gozar, gozar a vida, não sem ter que contar meias verdades e uma meia duzia de mentiras inteiras.
Ninguém pode dizer que tem raiva, que não tem paciência, que não quer ouvir, que quer só gritar. Mas eu diria, eu digo: raiva, impaciência, gritos, solidão. Só e escuro. Coisas que não dão certo, coito interrompido. Frustração. Saudade. Lentidão.
E um dia de revolta, que não faz mal a ninguém...

Camila

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mais que 'obrigado'.

Eu, realmente, não gosto dessa história de fim/começo de ano. Não por ser chata ou careta ou por querer dormir cedo e curtir a minha solidão. Não gosto porque tudo isso acontece sem a minha vontade e eu não consigo fazer com que seja diferente.
É meia noite e quarenta e quatro minutos, já sábado, já dia primeiro, já dois mil e onze. E eu? tô sozinha, com vontade de chorar e me segurando pra não fazer isso porque depois vai ser difícil parar.
Mas tudo bem, só tem isso uma vez ao ano, então eu aguento.

E que o novo ano seja, então, bom como o que passou.

P.S: A ligação da Vi, praticamente, praticamente não, certamente, salvou minha noite!=)

Camila

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A grande arte

Se eu firo duramente aqueles que me ferem? Pouco provável! Amo, então, aqueles que me amam? Em sua grande maioria. E amo, além disso, os que não me amam, mas ferem e não são feridos.

Não importa, na verdade, qual seja a minha grande arte. Já os meus dilemas e tristezas eu sei bem quais são.
O que eu preciso é de prazer, de todas as formas que eu puder encontrá-lo, o que tá faltando é sentir prazer, literalmente até, e não insatisfação.
Se a satisfação tirou férias de mim eu não sei, mas, mesmo que eu queira, algumas das coisas que me deixavam bem, não fazem mais diferença.
E se eu tô com preguiça de fazer qualquer coisa, é porque já tô cansada dos mesmos rituais que sempre me levam aos mesmos lugares. Eu entro amando e saio ferida, sem ou com prazer, sempre o mesmo fim.
O que cansa, talvez mais que tudo, é perceber que tem muita gente que nem liga pra você nem pra nada, e, por mais que você se importa, quase ninguém faz isso.
Quantas noites já passei assim? Chorando até tudo doer, por ciúmes, por raiva, por amor, por solidão. E o que sempre acontece? O dia seguinte chega e eu tenho que seguir. Sem muitas surpresas, a vida continua.
E sempre há um modo de sentir prazer, pra gente continuar achando que é feliz. Que seja como cada um gosta: com chocolate, livros, tv, amor, beijos, sexo ou ilusão.
Talvez uma noite inteira com tudo isso me faça, além de me sentir menos só, continuar o outro dia melhor.

Camila

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Que amor é esse?

Eu ouço músicas que falam de amor, esse é o tema preferido das novelas. Nos livros, nos filmes, no passado, no presente, os jovens, os nem tanto, homens e mulheres de todo lugar, sempre falam de amor, o amor, o amor.
Mas que amor é esse? Algumas páginas do livro até são reservadas pro sofrimento, mas depois disso é tanta alegria. É só alegria. E eu acho que eu não sei amar, é essa a questão.
Já amei de menos e agora devo amar demais. E esse demais não tem nada dessa felicidade pintada, porque eu também espero demais, quero demais, quero mais e sempre, sempre, sempre mais. E o amor, o tão lindo amor, que eu não sei medir, me faz ficar frustrada e triste, tentando saber qual o meu problema, sendo que o problema não sou eu, é o amor. O amor que me faz querer toda a atenção, todo carinho e tudo que puder ter. E o que não puder também.
Não é que eu não acredite nele, só não sei amar direito e é tão melhor saber.
E se ninguém sabe, fica todo mundo esperando mais do outro, o problema é que nunca espero de quem espera de mim. E esse já é outro problema: reciprocidade.
Toda sutileza que eu sabia deu lugar a algo avassalador. E tem que sair de perto, porque esse negócio de amor não é simples assim, não. De vez em quando parece ódio, de vez em quando parece muito, depois parece pouco, depois não parece com nada e volta a ser amor. Não o que inventam, o de verdade. O que eu, sinceramente, passo noites e noites tentando entender ou ajustar, o sem medida, sem regras e sem jeito de ser um pouco mais calmo, mas, apesar de tudo, feito pra mim.

Camila

sábado, 18 de dezembro de 2010

Vermelho

Mais uma vez o final. E mais uma vez é hora de pensar um pouco mais. Ou não.
O bom disso tudo é essa expectativa que a gente cria, essa fé que a gente deposita na nova chance e os agradecimentos que a gente faz, quando na verdade deveria fazer todo dia.
Esse ano foi a confirmação de muita coisa na minha vida: realmente conquistei amigas especiais, me desliguei de quase tudo que era ruim, me apaixonei de um modo que não sei até agora me desvencilhar, amadureci, mantive o que valia a pena, prestei o melhor curso que poderia pensar e faço o que me faz feliz, mudei e tenho tentado entender, por muitos meios, um pouco mais sobre meu próprio mecanismo. Meus dias tem sido, definitivamente, essa confirmação e eu me sinto realizada por perceber que ultrapassei algumas barreiras que eu mesma havia criado.
Confesso que, com tantos finais e recomeços, me sinto, muitas vezes, acuada e cheia de medo, me sinto uma adolescente por chorar tanto por amor e ódio e uma criança por ter medo de ficar sozinha, mas às vezes, como agora, me sinto uma mulher. Que pensa mais do que deveria, que sofre antecipadamente, que não entende nada, que sofre, chora e é feliz. E é feliz, só tem medo porque, nossa, a vida é grande demais e o que me espera, me espera. Eu espero.
E o que eu quero dizer, então, com tudo isso? Que eu só quero, pro novo ano, o que venho tendo até então. Meus amigos, minha família, meus livros, minhas músicas, minhas certezas, minhas angústias, meus medos, meus segredos, algumas realizações e alguns bons sonhos. Nada de muito extravagante, só as pequenas coisas que movem qualquer um por aí. A diferença é que as minhas coisas me levam pra looooooooonge, bem longe. E é longe que eu tenho estado, de muita gente, de muita coisa e de mim. Longe pra pensar, longe pra sentir melhor, longe porque perto não há santo que segure meu impulso, longe porque é longe que me querem.
Não sei se eu tô muito feliz, é difícil saber e é difícil ficar muito feliz, não sei se acredito nisso tudo, não sei nem se tem um gatinho da malhação me esperando ali na esquina, mas, meu bem, se eu não tentar, quem vai tentar por mim? E novo ano, me parece, tá aí pra isso, não é? Pra gente começar de vestido branco, cueca bem vermelha e com uma fitinha amarela em alguma parte do corpo.
Vou esperar por algumas mudanças e que elas esperem por mim. E que estejam, de preferência, vermelhas.

Camila

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

É quase isso

Pura mistura.
Um pouco de tudo que há de bom e ruim, um pouco do bonito e do feio, do alegre e do triste, de todos os opostos que existem por aí nesse mundo.
Um bom tanto de preguiça, de ociosidade, de ‘uais’ cheios de sossego. Um pouco da pressa do mundo, do caos, da vontade de ter pra ontem, de correr contra o tempo, ou mesmo contra nada.
Bastante ciúme, vontade louca de ser quase dona, uma certa dose de loucura que é comum a todos e uma parte que é só minha, meu excesso. Romantismo explícito ou frustradamente escondido, transparente em cada olhar que brilha ou em cada sorriso que demonstra bem mais que alegria.
Fé inabalável, mas que desconfia e chega a ter medo do que é religioso. Confiança no mundo, nas pessoas, em boas atitudes, no amor, na amizade. Um pouquinho de desconfiança, que não chega a me fazer dormir com um olho aberto e outro fechado, mas faz bem pra deixar um pouco esperta.
Muito choro e muito sorriso, às vezes os dois ao mesmo tempo, tipo chuva e sol. Mas daí já não é casamento de espanhol, é tpm mesmo.
Muitas manias, muitos vícios, muito jeito pra ser engraçada de vez em quando e uma incrível alma artística pra chorar na frente do espelho, fazendo cara de mocinha de novela, só pra ver o estrago que as caretas fazem.
Um pouco de medo, de coragem, de decisão, de amores, de paixão. Tanta saudade que nem cabe aqui, amor pelas amizades que eu conquistei.
Raiva que logo vai embora e um grande amor que sempre fica. Alguns sonhos realizados e outros ainda nascendo. Um pouco de alegria e dor. Verdades e algumas mentiras, todo desejo de ser sempre assim e, ao mesmo tempo, sempre mais.

Camila