sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Armas químicas e poemas

Minha vida parece a de outra pessoa e eu não sei se consigo ser a mesma.
Parece que eu dei uma pausa infinita e que não sei mais fazer tudo correr, eu ouço coisas que me paralisam, vejo coisas que não acredito e penso em milhares de outras, tudo ao mesmo tempo.
Minha vida parou, meus atos, meus dias, tudo parou. Mas minha cabeça, minha querida amiga de todas as horas, não para, não para um minuto e me enlouquece.
Lágrimas e sorrisos, ódio e amor,presença e ausência, medo e certeza, bem e mal, verdade e mentira, saudade e alívio, muita tristeza e alegria, armas químicas e poemas.
Assim como minha cabeça não para, meu coração não para de se dividir, em milhares e milhares de pedacinhos e cair por aí, perdido e sem saber o que sentir.
Cedo ou tarde algumas coisas têm de acontecer. Minha cabeça vai parar, minha vida vai andar e meu coração vai sentir de novo, o que deve e o que não deve, mas vai sentir.
Vou conseguir avaliar cada detalhe de tudo que anda acontecendo e seguir em frente, da melhor maneira que eu puder. É nisso que eu devo acreditar e é isso que importa.

Camila

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Solidão, que nada!

Domingo. Primeiro dia da semana, primeiro dia de vida nova. E que vida boa, venho agora a saber.
Aquele lugar pequeno, frio e vazio me fazia ter medo do que viria e de quem viria. E quem veio, de repente, naquele mesmo dia? Alguém que de algum modo eu já conhecia e que, desde o primeiro dia, é o que se chama de melhor amiga.
Um rápido telefonema, uma quase intimidade, um até amanhã e uma noite, por mim, não dormida.
Depois, um ‘oi, tudo bem?’, um abraço, dois abraços, três abraços e aí está a melhor amiga que esperava tanto encontrar.
O encontro foi pleno, com cara de reencontro, o lugar pequeno e vazio se tornou grande e cheio, cheio, cheio de amor, de cumplicidade e de alegria.
Minha melhor amiga, ou irmã, ou companheira, ou melhor: minha tudo isso e mais um pouco, tornou cada dia melhor do que eu imaginava que poderia ser, tornou a realização de cada sonho um pouco melhor, tornou os problemas pequenos e as alegrias enormes.
Os dias seguintes àquele foram dias de conhecer, de aprender, de entender e de, rapidamente, saber cada detalhe no olhar, nos gestos e no silêncio.
Foram e são dias de chorar e rir e chorar de rir, de dividir as maiores besteiras do mundo e as coisas mais sérias, dias de dividir, dividir e multiplicar tudo, fazendo com que cada um que, de longe, olha perceba ali algo verdadeiro.
Quem chegou naquele dia, chegou pra ficar. Trouxe família, amigos e sonhos, trouxe tudo pra passar a vida inteira aqui. Veio e ficou por ser capaz de ouvir sem julgar, de entender sem concordar, de alegrar, de confiar e respeitar e, sobretudo, veio e ficou por não a ter conhecido e sim, reconhecido. Por ser, entre tantas outras, a capaz de ser diferente e ser especial, desde sempre e sempre mais.
Solidão? Que nada!
Muitos telefonemas, muita intimidade, saudade, amizade, segredos, conselhos, verdades e muitos outros abraços.
- Até amanhã às 20 pras 8, tá?


Camila

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dois em um

Talvez, e só talvez, porque eu quase nada sei, mas muito desconfio, como já diria alguém por aí, talvez mais que amor, que respeito, carinho, que cuidado, sensibilidade, que a companhia, que o ombro, os ouvidos, o corpo todo, a presença, talvez mais que qualquer coisa, a confiança seja a base e o que há de mais necessário em um relacionamento, qualquer que ele seja.
Confiar e se entregar de olhos fechados a alguém é o que há de mais puro, de mais verdadeiro nas pessoas, é simplesmente ter certeza das intenções e, principalmente, das atitudes alheias e sentir-se absolutamente seguro em qualquer circunstância.
É muito mais fácil que o amor, o respeito, os carinhos, cuidados e sensibilidade sejam demonstrados plenamente em relações cujo sentimento preponderante seja a confiança. A companhia, o ombro, os ouvidos e a presença tornam-se infinitamente melhores vindos de alguém em quem se confia e que, ao mesmo tempo, retribui com confiança, fazendo com que tudo aconteça de um jeito melhor.
Que os meus relacionamentos, de qualquer espécie, sejam baseados nela. Que é tão necessária, tão graticante, nos faz tão leves e normais. E que, se não todo mundo, a maioria das pessoas cultive relacionamentos assim. É tão bom se entregar completamente pra outras pessoas, mas tem que ser de verdade e por inteiro. Pra nada ficar incompleto.


Camila