segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Perder-se também é caminho.

Eu me perdi nesse labirinto, me perdi nesse par de olhos, nesse par de mãos. Me perdi no seu corpo todo, me perdendo do meu, no seu cabelo, no seu cheiro que se espalha pelo mundo inteiro, pelo meu corpo inteiro, pelos meus sonhos, meu pesadelo.
Nesse olhar maroto, me perdi, nesse jeitinho brasileiro que te preenche, nesse vazio completo que é seu ser.
De uma só vez, me perdi nessa boca que só fala besteira, no seu sono pesado, no seu papel nesse mundo. Me perdi na sua máscara mais frequente, nos seus gostos e gestos e preferências e músicas e livros e perfumes e, uma vez ou outra, na raiva absoluta por ser perdedora. Me deixei perder pelos sonhos que eu criei me perdendo por você, me perdi pelas flores que não chegaram, pelo bilhetinho naquela folha rosa de coração que não voltava e pela solidão imensa que se transformou na minha mais constante companhia, eu me perdi, perdição.
Na sua solidão, na minha, na nossa contramão. Na profundidade do teu corpo quente, que ainda não se despediu da minha alma fria.

Camila.

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