sábado, 14 de agosto de 2010

Ninguém é

A verdade é que ninguém é sozinho. Não quero dizer que as pessoas não vivam ou se sintam sozinhas. Digo que ninguém é,ninguém existe sozinho. Cada um de nós é um misto de muitas e muitas coisas, de muitas outras pessoas,de muitos jeitos, de muitas caras,de muitos gestos,de muitos livros,de muitas músicas,de muitas histórias,de muitos sentimentos e muitos segredos. Sem isso ninguém é,ou é um vazio.
Percebo,cada vez mais, que o contato com o mundo modifica,acrescenta,melhora,transforma, algo em mim, e em todos e que todo mundo leva um pedaço do outro e das coisas que toca.
É simplesmente maravilhoso perceber que algumas coisas em mim lembram características de pessoas com quem convivo ou já convivi,é muito bom que eu seja um misto das pessoas que eu amo,dos livros que leio,das músicas que ouço,das histórias que me contam,dos gestos que eu vejo. E é assim que a gente nasce,de fato:vendo,ouvindo,lendo,observando e mantendo contato com outros,o que nos faz ser alguém carregando um pouco de cada parte que já existe no mundo. E é por isso que digo que ninguém existe sozinho,ninguém é, sem pessoas,sem histórias,sem gestos,sem construção.
E esse processo que nos deixa tão cheios do outro, tão parecidos com tudo e com todos não tem fim e nem volta.
O que a gente traz do outro e de tudo fica pra sempre, permanece,torna-se nosso.
É mesmo fantástico...

P.S:Por falar em marcas, hoje é 14 de agosto. São 16 meses,489 dias(bom,vou parar por aqui com os números, esse não é,definitivamente,meu forte!)que uma dessas pessoas marcantes resolveu deixar em mim partes do que ela é. E eu tenho certeza que isso aconteceu,de um jeito ou de outro aconteceu. Não é muito difícil de perceber,tem sempre alguma coisa dela no que eu falo,no que escrevo,no que eu penso e no que eu sou. E mesmo que os caminhos tenham mudado, o que era só dela agora é meu também.
Nunca quero ser tão explícita quanto a isso, tampouco implícita demais.Não gostaria também de ser confusa ou prolixa. Bem...lacônica e direta certamente eu não sou!

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